Introdução
George Washington é lembrado como o primeiro presidente dos Estados Unidos e o “Pai da Nação”. Mas muito antes de 1789, já corria o rumor: ele era imortal, um guerreiro intocável, um escolhido que as balas não podiam atingir. A lenda nasceu na Batalha de Monongahela (1755) e foi alimentada por cartas, diários e crônicas coloniais.
A batalha de Monongahela: o nascimento da lenda
Em 9 de julho de 1755, o jovem coronel Washington acompanhava o general Braddock numa campanha contra franceses e indígenas aliados. O exército britânico foi esmagado.
Washington levou ordens sob fogo intenso. Quatro balas atravessaram seu casaco, dois cavalos caíram mortos sob ele, e ainda assim saiu ileso.
Em carta a seu irmão, de 18 de julho de 1755, escreveu:
“I had four bullets through my coat, and two horses shot under me, yet escaped unhurt.”
Testemunhos e crônicas
Robert Orme, ajudante de Braddock, deixou um diário onde registrou o pânico da tropa e a estranha invulnerabilidade de Washington.
O The Gentleman’s Magazine publicou relatos do desastre em Londres no mesmo ano, ampliando sua fama.
A profecia indígena
Relatos posteriores contaram que um chefe indígena declarou que seus guerreiros atiraram em Washington sem conseguir atingi-lo, concluindo que o “Grande Espírito o protegia” e prevendo que lideraria uma grande nação. Embora não haja registro direto da época, a história foi repetida por décadas como sinal divino.
Washington na Revolução
Na Guerra de Independência, em batalhas como Trenton e Princeton, novamente enfrentou fogo inimigo e sobreviveu. O retrato de Peale o consagrou como o herói sereno.
Maçonaria e destino
Iniciado em 1752, Washington se tornou símbolo da união entre virtude, Providência e missão histórica. No século XIX, o mito do presidente “à prova de balas” foi consolidado na memória maçônica e nacional.
Linha do tempo
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1755 – Monongahela: sobrevive ileso apesar das balas e cavalos mortos.
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1755 – Cartas à família: descreve sua proteção.
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1755 – Diário de Orme: testemunho ocular.
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Décadas seguintes – Profecia indígena: repetida como sinal divino.
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1777 – Trenton e Princeton: exposto, mas intocado.
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Século XIX – Memória maçônica: consolida o mito.
Citações principais
📜 A John Augustine Washington (18 julho 1755):
“I had four bullets through my coat, and two horses shot under me, yet escaped unhurt.”
📜 A Mary Ball Washington (18 julho 1755):
“By the all-powerful dispensations of Providence, I have been protected beyond all human probability or expectation.”
Reflexão final
Washington não era literalmente à prova de balas. Mas sua sobrevivência em 1755, aliada à necessidade de mitos fundadores, fez dele o líder protegido pela Providência, um homem que as balas não podiam atingir.
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